Lendas

Akai - O fio vermelho do Destino

        O fio vermelho do destino ou fio vermelho é uma lenda chinesa. De acordo com este mito, os deuses amarram uma corda vermelha invisível ao redor dos tornozelos dos homens e mulheres que estão destinados a ser a alma gémea um do outro. Segundo a lenda chinesa, a divindade a cargo do "fio" acredita-se ser Xia Lao Yue (muitas vezes abreviado para "Yuelao", o antigo deus lunar casamenteiro, que é também responsável por casamentos).

        "Um fio invisível conecta os que estão destinados a conhecer-se,
independentemente do tempo, lugar ou circunstância. O fio pode esticar ou prender-se mas nunca se irá partir."- Uma antiga crença chinesa.

        A lenda, desde então, também se tornou um mito popular na cultura japonesa, da qual a história fala acerca de um fio invisível que é amarrado no dedo mindinho de duas pessoas que estão destinadas a viverem juntas para sempre. É como uma ligação espiritual que representa o amor eterno.

 

Maneki Neko

        Grande parte da população acredita que o boneco Maneki Neko, o gatinho da sorte japonês, traz sucesso e dinheiro. Com a pata levantada, ele parece saudar quem chega e atrair as boas graças da fortuna.

Duas lendas falam de sua origem. Numa, o gato morava no templo Gotoku-ji e, num dia de tempestade, um senhor feudal que viajava abrigou-se debaixo de uma árvore em frente ao templo e viu o gatinho que acenava para ele. Encantado, o homem foi para perto do animal simpático, e no mesmo instante um raio partiu a árvore de onde ele acabara de sair. Desde então, o gato passou a se reverenciado e o boneco representa o gatinho em seu gesto iluminado.

Na outra versão uma mulher muito pobre sonhou que o seu gato lhe tinha pedido para fazer a sua imagem em cerâmica. A mulher assim o fez, e logo muita gente começou a aparecer em sua casa para poder comprar os bonecos em forma de gatos, e ela, terminou seus dias, muito rica.

O mais popular é o tricolor, estes são considerados talismãs de boa sorte. O macho de três cores é muito raro (o gene tricolor aparece quase exclusivamente em gatas).

Manekineko

O manekineko é utilizado para atrair a felicidade e a fortuna. Uma antiga lenda japonesa conta que uma idosa, dona de uma estalagem, tinha um gato que todas as manhãs se espreguiçava na frente do estabelecimento. Para os viajantes, o acto do gato limpar os olhos com a patinha, significava um convite, como se ele estivesse a acenar. Por isso em quase todos os estabelecimentos orientais encontramos um manekineko para convidar os clientes a entrarem na loja.

 

Teru Teru Bozu – Simpatia contra Chuva

É a história de um monge budista que ajudava os agricultores. Ele realizava preces que paravam as fortes chuvadas que prejudicavam as plantações. Teru Teru Bozu, que traduzido significa "Monge do Bom Tempo", caracteriza-se por ser um boneco de papel ou tecido que as crianças japonesas fazem e penduram na janela para pedir por um dia de sol.

Algumas instruções de como usar da forma correcta o teru teru bozo:

1)      Não fazer cabelo no boneco, “Bozo” significa monge budista, que é careca;

2)      Pendurar o boneco de forma que ele não pareça um “enforcado”;

3)      Não pendurar de “cabeça para baixo”;

4)      Não fazer na cor preta (fica parecendo o outro amuleto que pede chuva);

5)      Se funcionar, agradeça! Molhe ele com sakê;

6)      Se não funcionar, pode cortar a cabeça do boneco.

 

Lenda – Como Nasceu a Dança

De acordo com o livro mais antigo da história japonesa, Kojiki (Registo de Casos Antigos), a dança nasceu quando Amaterasu Omikami, Deusa do Sol, se escondeu numa caverna, depois de brigar com o irmão, Susano-o. Deixados no frio e no escuro, os outros deuses começaram a dançar em volta da caverna para atrair a atenção de Amaterasu, para que ela saísse do esconderijo. O artifício funcionou: curiosa, ela saiu da caverna e o sol voltou a brilhar.

Kappa

Na mitologia japonesa, o kappa é um espírito anfíbio que arrasta as suas vítimas para dentro da água, do tamanho de uma criança de 10 anos com pele escamosa verde-amarelada, cara de macaco e costas de tartaruga e membranas nos pés e nas mãos. O topo da cabeça do kappa é côncava com vista a reter a água, para que ele conserve seus poderes quando em terra seca um de seus poderes é curar fracturas. O melhor modo de derrotar um kappa é cumprimentá-lo à moda japonesa, fazendo reverências: assim ele sentir-se-á na obrigação de retribuir e com isso derrama a água da cabeça, tendo que voltar para o rio ou lago de onde saiu.

Outro modo de se defender, se ele não estiver em terra seca, é escrever o nome dos familiares em cascas de pepino e atira-las para a água. O pepino é o alimento preferido do kappa e, ao aceitá-lo, fica moralmente obrigado a não fazer mal a essas pessoas. É por isso que o sushi de pepino se chama kappamaki.

 

Tsuru

Os Tsurus são possivelmente, os pássaros mais velhos da terra, diz-se, segundo uma lenda, que eles vivem durante mil anos. Este era considerado o pássaro companheiro dos eremitas que faziam meditação nas montanhas. Como esses eram eremitas místicos, que supunham terem poderes sobrenaturais para não envelhecerem, o Tsuru, passou a ser considerado um pássaro possuidor de vida longa.

Os tsurus são um símbolo de mocidade eterna e felicidade ao longo da Ásia. Assim, segundo a lenda, quem fizer mil Tsurus, com o pensamento voltado para aquilo que deseja, alcançará bons resultados.           

 

A Lenda do Hyoku

Segundo uma lenda muito antiga existiu uma espécie de pássaro muito especial no Japão que se chamava Hyoku. Os antigos guardavam a sua história como uma verdadeira lição para os homens de qualquer época e, segundo essa lenda, o Hyoku era um pássaro que nascia apenas com uma asa. Assim, desde o instante do seu nascimento, ele tentava encontrar a sua outra metade para se unir a ela, completando-se para conseguir sua realização de pássaro: Voar.

 

A Origem da Estrela-do-Mar

Uma antiga lenda da província de Okinawa conta que, numa determinada época, o Deus Estrela Polar e a Deusa Cruzeiro do Sul resolveram trazer vida para a terra. Então, quando a Deusa Cruzeiro do Sul estava pronta para dar à luz, ela perguntou ao Deus Poderoso do Céu onde poderia ter seus bebés.

O deus Poderoso do Céu olhou para a terra e avistou uma pequena ilha chamada Taketomi-jima, onde existia, ao sul, um belo mar de coral. Então, ele disse à Deusa Cruzeiro do Sul:

– Vá ao lado sul de Taketomi-jima, pois lá existe uma praia com águas mornas e ondas mansas, o que será muito bom para seus bebés.

Assim, a deusa Cruzeiro do Sul desceu da Alta Planície Celeste e dirigiu-se à ilha, conforme tinha sugerido o Deus Poderoso do Céu. Depois de lá chegar, deu à luz a várias estrelinhas cintilantes. A deusa estava muito feliz, porque realmente aquela praia tinha a água morna e uma temperatura perfeita para que suas filhas pudessem passar os primeiros anos de suas vidas.

Entretanto, o Deus Sete Dragões do Mar ficou irritado, porque a Deusa Cruzeiro do Sul não lhe pediu permissão e usou a sua praia para gerar os seus filhos. Então ele chamou uma das suas criadas, a dona Serpente Gigante, e ordenou:

– Não admito que ninguém dê à luz no meu oceano sem a minha permissão. Vá e devore todos os bebés que encontrar na região sul da ilha.

A dona Serpente Gigante, obediente à ordem de seu amo, engoliu todos os bebés da Deusa Cruzeiro do Sul com a sua enorme bocarra, matando-os todos.

Em seguida, cuspiu os seus corpos e as estrelinhas mortas flutuaram no mar até alcançarem uma praia chamada Higashi Misaki, no lado leste da ilha Taketomi. As estrelinhas, empurradas pelas ondas, pararam na praia e ficaram com o corpo polvilhado com areia. Nessa localidade, havia um santuário onde vivia a semi-deusa Amável. Quando encontrou as estrelinhas sem vida, Amável sentiu muita pena delas e levou-as para o santuário e disse:

- Oh! Pobres estrelinhas. Vou colocá-las no incensório. Assim, quando os aldeões me vierem trazer as oferendas durante o festival e queimarem os incensos, suas almas poderão subir ao céu com a fumaça e, lá, na Alta Planície Celeste, poderão reencontrar a sua mãe.

Tal como a semi-deusa Amável planeou, quando chegou o dia do festival, os aldeões queimaram muitos incensos e as almas das bebés estrelas subiram ao céu levadas pelas fumaças.

Esta é a origem lendária da estrela-do-mar. Em Taketomi-jima, apesar de séculos terem se passado, ainda hoje é possível encontrar estrelas-do-mar com corpos salpicados de areia nas belas praias que ficam ao sul da ilha de Okinawa.